A frase-chave “criatividade com IA” tem se tornado central nas discussões sobre o futuro da publicidade, do design e do conteúdo digital. Em um cenário onde as tecnologias evoluem mais rápido do que as estruturas das próprias empresas, duas vitrines internacionais deixaram claro que a inteligência artificial não é mais uma tendência — é uma realidade transformadora.
Estamos falando do Cannes Lions Festival 2025 e do emergente, porém disruptivo, AI Film Festival. Ambos os eventos revelaram, com intensidade e criatividade, como a IA pode ser usada não apenas para gerar imagens ou textos, mas para potencializar experiências humanas. A nova era criativa exige mais do que domínio de ferramentas — exige sensibilidade, ética e estratégia. E esses festivais apontaram o caminho.
Cannes Lions 2025: A consagração da criatividade com IA
O Cannes Lions sempre funcionou como um termômetro da indústria criativa global. Em 2025, o recado foi direto: quem não está integrando a inteligência artificial aos processos criativos já está ficando para trás. Mas atenção: o destaque não foi para o uso isolado de IA, e sim para como ela foi utilizada — com propósito, com critério, com visão humana.
Entre os premiados, vimos cases como o da WPP, que combinou análise preditiva de dados com curadoria criativa. O projeto envolvia o lançamento de uma linha de roupas pensada a partir de análises emocionais dos consumidores em diferentes regiões do mundo. A IA trouxe os dados brutos — desejos, ansiedades, tendências emergentes —, mas foi o olhar criativo que transformou isso em estética, narrativa e conexão.
Outro destaque foi uma campanha da Unilever, que usou IA generativa para personalizar em tempo real anúncios com base nas preferências de consumo detectadas por geolocalização. O impacto? Maior engajamento, mais tempo de tela e aumento nas vendas. Mas, novamente, o segredo não estava na tecnologia em si, mas no direcionamento criativo dado por pessoas.
A mensagem principal de Cannes foi clara: a IA não é o artista — ela é o pincel. E só faz sentido quando guiada por uma visão humana.
AI Film Festival: Histórias que emocionam, mesmo com algoritmos
O AI Film Festival, evento que começou de forma tímida há poucos anos, se consolidou em 2025 como uma potência criativa. Sua proposta? Testar os limites da narrativa audiovisual com o uso da inteligência artificial.
Entre os curtas exibidos, havia desde roteiros gerados por grandes modelos de linguagem, até animações criadas inteiramente por inteligência artificial. No entanto, os projetos que realmente emocionaram o público tinham algo em comum: uma direção humana clara.
Um dos filmes mais comentados foi “Reminiscence”, que narra a história de uma idosa que revive memórias perdidas com a ajuda de uma IA. O roteiro foi parcialmente escrito por um modelo generativo, mas a montagem, a trilha sonora e as atuações foram conduzidas por um time humano. Resultado: lágrimas na plateia e um debate acalorado sobre memória, tecnologia e humanidade.
Outro destaque foi um documentário ficcional chamado “Quem somos quando ninguém nos vê?”, onde avatares gerados por IA interpretavam depoimentos baseados em experiências reais sobre solidão urbana. A provocação era clara: até que ponto a tecnologia pode representar nossas dores mais íntimas?
O AI Film Festival reforçou algo essencial: a IA pode emocionar, mas precisa de direção. As melhores histórias não vieram de prompts aleatórios, e sim de pessoas que sabiam o que estavam buscando.

5 lições que sua marca pode aprender com esses festivais
🟣 IA é ferramenta, não fim
O erro mais comum ainda é acreditar que a IA resolve sozinha. O que vimos nos festivais é que os melhores resultados surgem da colaboração entre humanos e máquinas, com a tecnologia como aliada, nunca protagonista absoluta.
🟣 A personalização é o novo luxo
Marcas que usaram IA para criar experiências únicas — como campanhas moldadas em tempo real conforme o perfil do usuário — foram amplamente premiadas. A personalização, quando bem direcionada, cria pertencimento e afeto.
🟣 Histórias importam (e ainda mais com IA)
O storytelling continua sendo o coração da comunicação eficaz. Mas agora, com IA, é possível criar narrativas ramificadas, interativas e até mesmo imersivas. A IA amplia as possibilidades do que podemos contar — e como podemos contar.
🟣 Transparência gera confiança
Em 2025, o público já entende o que é conteúdo feito com IA. E quer saber disso desde o começo. Projetos que explicavam como a IA foi utilizada (sem esconder, sem fingir) tiveram maior aceitação, mais engajamento e menos rejeição.
🟣 Criatividade com IA exige curadoria
Assim como um diretor de arte não entrega o controle total para o designer, o profissional criativo precisa assumir o papel de curador da IA. Saber pedir, ajustar, corrigir e, principalmente, saber quando não usar.
O papel das agências no novo cenário criativo
Com a democratização do acesso a ferramentas de IA, a pergunta que fica é: qual é o papel das agências em um mundo onde qualquer pessoa pode gerar imagens incríveis com um prompt?
A resposta está na curadoria, na visão estratégica e na inteligência humana por trás da tecnologia. Agências precisam ser mais do que produtoras de conteúdo — elas devem atuar como orquestradoras do pensamento criativo, integrando dados, tecnologia, ética e emoção.
Na Wegow, por exemplo, acreditamos na soma, nunca na substituição. Utilizamos IA para acelerar testes de conceito, gerar variações visuais e otimizar fluxos. Mas o coração da ideia, o posicionamento e a emoção continuam sendo humanos. Porque não basta gerar conteúdo — é preciso comunicar com verdade.
Se todos podem usar a mesma ferramenta, o que diferencia uma marca da outra? A mentalidade estratégica, a visão criativa e o senso crítico. E é isso que os festivais de 2025 reforçaram: a criatividade com IA não é sobre “aprender a usar a ferramenta”, mas sobre desenvolver a sensibilidade para usá-la com propósito.

Conclusão
O Cannes Lions e o AI Film Festival não apenas celebraram a inovação — eles colocaram um espelho diante do mercado: estamos prontos para a nova era criativa?
A inteligência artificial já não é mais uma novidade técnica. Ela é, agora, uma extensão natural dos processos criativos. O diferencial não está em quem usa, mas em como usa. Em tempos onde tudo pode ser automatizado, aquilo que é profundamente humano — a empatia, a leitura de contexto, a originalidade — se torna ainda mais valioso.
A criatividade com IA é, definitivamente, uma competência essencial para marcas que desejam manter relevância, engajamento e propósito. E cabe a cada marca decidir: vai usar IA para replicar o que já existe ou para transformar o que ainda nem foi imaginado?
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